Fronteiras Pessoais: A Arte de Construir Espaços Seguros

Fronteira é um território pessoal. O espaço físico onde você se sente seguro.

Os limites, definem seu espaço de segurança. Esta ideia é fundamental para compreendermos como nos relacionamos com o mundo à nossa volta, tanto em termos emocionais quanto sociais e financeiros. Quando falamos de fronteiras, não estamos apenas nos referindo a muros visíveis ou cercas; estamos tratando de um conceito mais profundo que se refere ao que permitimos, ou não, que invada nosso espaço psíquico e emocional.

As consequências de não estabelecermos limites claros são amplas.

Ao resistirmos em expressar nossas necessidades e definições pessoais, atraímos circunstâncias que reforçam esse incômodo. Assim, nos deparamos com pessoas que, intencional ou inconscientemente, transgridem nossos limites; elas acabam nos forçando a reagir com fúria, como se isso fosse a única forma de recuperar o controle.

No entanto, quando a raiva se torna nosso “não”, isso denota falta de poder e segurança. O outro, então, percebe essa vulnerabilidade e, muitas vezes, acaba controlando a situação. É essencial entender que essa dinâmica gera um ciclo vicioso que pode ser difícil de romper.

Um fator que intensifica essa dificuldade é a experiência de quem teve seu espaço de segurança invadido na infância. Muitas pessoas que cresceram em ambientes hostis ou abusivos desenvolvem um medo profundo da rejeição, tornando-se relutantes em afirmar suas necessidades e limites.

Para essas crianças, o mundo pode parecer um lugar ameaçador, em que a segurança é uma ilusão e onde a vulnerabilidade é frequentemente explorada. Essa percepção de insegurança se estende para a vida adulta, onde o medo de se afirmar pode ser paralisante.

Contudo, estabelecer fronteiras é um ato de coragem e não deve ser encarado com raiva ou hostilidade.A maneira como você define seus limites deve considerar sempre as circunstâncias e, acima de tudo, como isso o faz sentir.

Aqui algumas dicas práticas para ajudá-lo a estabelecer :

1. Reflita sobre suas necessidades: Pergunte-se o que é aceitável e inaceitável em suas interações e relacionamentos.

2. Identifique seus gatilhos: Esteja atento às situações ou comportamentos que fazem você sentir desconforto. Isso ajudará na hora de expressar suas fronteiras.

3. Use a comunicação “eu”: Em vez de acusar o outro, expresse como você se sente em relação a comportamentos que invadem suas fronteiras. Por exemplo, “Eu me sinto desconfortável quando...”

4. Seja direto: Não tenha medo de expressar seus limites. Dizer "não" pode ser uma forma saudável de preservar seu espaço.

5. Flexibilidade nas fronteiras: Entenda que suas necessidades podem mudar. É saudável revisar suas fronteiras de tempos em tempos e ajustá-las conforme necessário.

6.Prepare-se para reações adversas: Algumas pessoas podem resistir a aceitar seus limites. Esteja pronto para reafirmar sua posição ou se afastar de pessoas que insistem em transgredir seus limites.