Presos por Dentro: As Muralhas que Construimos para nos Proteger
- Alessandra Hartveld

- 10 de mar.
- 1 min de leitura
Pessoas que sofreram desenvolvem mecanismos para evitar novas feridas, são muralhas invisíveis e é essencial reconhecer essas estratégias para interagir com mais respeito e empatia na vida de cada um.
A introspecção pode se manifestar como uma análise incessante da vida, levando a uma profundidade que frequentemente resulta em um labirinto de pensamentos e um excesso de controle, com o intuito de antecipar o sofrimento. A desconfiança, por sua vez, cria uma barreira invisível, tornando a construção da confiança um processo lento, reservado àqueles que demonstram compreensão e paciência. O autoisolamento não reflete a falta de interesse em relacionamentos, mas sim uma necessidade de escolher cuidadosamente quem pode entrar em seu espaço afetivo. Além disso, o limite emocional é uma forma de autopreservação; muitos podem parecer impassíveis e raramente expressar sentimentos, mesmo em momentos de intensa mobilização interna, o que os ajuda a manter os outros a uma distância segura e evita que submerjam em suas emoções ou revivam feridas passadas.
Muitas vezes, essas pessoas absorvem a dor alheia como uma esponja, gerando uma fadiga mental e emocional pelo desejo de ajudar o próximo, enquanto sua prudência nas relações, que pode ser interpretada como distância, na verdade, esconde uma vulnerabilidade profunda. Por fim, a resiliência impressionante que demonstram reflete um desejo intenso de se reconstruir e uma considerável independência emocional, embora ainda clamem por apoio e compreensão dos outros.

Alessandra é Psicóloga Junguiana.

Comentários